O conceito de realidade virtual existiu durante décadas, mesmo que só tenha chegado ao conhecimento do público no início dos anos 90. Em meados da década de 50, um cineasta chamado Morton Heilig achou que a experiência no cinema estimularia todos os sentidos de seu público, levando-o para dentro das histórias de maneira eficaz. Em 1960, construiu uma consola de usuário simples, chamado Sensorama, que incluía um display estereoscópico, ventiladores, aromas, altifalantes “stéreo” e uma cadeira móvel. Ele também inventou um display de televisão montado no topo, para que o usuário pudesse ver TV em 3-D. Os usuários eram públicos passivos para os filmes, mas muitos conceitos de Heilig encontrariam o seu caminho no campo da RV. Os engenheiros da Philco Corporation desenvolveram o primeiro HMD, em 1961, chamado de Headsight. O capacete incluía uma tela de vídeo e um sistema de rastreamento, que os engenheiros ligavam a um sistema de câmara de circuito fechado. O objectivo era que o HMD fosse usado em situações perigosas - um usuário poderia observar um ambiente real, remotamente, ajustando o ângulo da câmara ao girar a cabeça. A Bell Laboratories usou um HMD semelhante em pilotos de helicóptero. Ligaram os HMDs a câmeras de infravermelho presas na parte inferior dos helicópteros, que permitiam que os pilotos tivessem um campo de visão claro ao voarem no escuro.
Em 1965, um cientista da computação chamado Ivan Sutherland idealizou o que chamava de "Ultimate Display". Com esse display, uma pessoa poderia ver um mundo virtual tão real quanto o mundo físico no qual o usuário vivia. Essa visão orientou praticamente todos os desenvolvimentos dentro do campo da realidade virtual. O conceito de Sutherland incluía:
• um mundo virtual que parece real a qualquer observador, visto através de um HMD e ampliado por meio de estímulos tácteis e sonoros tridimensionais;
• um computador que mantém o modelo do mundo em tempo real;
• a capacidade dos usuários de manipular objectos virtuais de uma maneira intuitiva e realista.
Em 1966, Sutherland criou um HMD que era ligado a um sistema de computador. O computador fornecia todos os gráficos para o display (até aquele momento, os HMDs eram ligados apenas a câmaras). Ele usou um sistema de suspensão para segurar o HMD, já que era muito pesado para um usuário aguentar confortavelmente. O HMD podia exibir imagens em “stéreo”, dando a ilusão de profundidade, além de poder acompanhar os movimentos da cabeça do usuário, para que o campo de visão mudasse adequadamente à medida que o usuário olhasse ao redor.
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